Jaime não vai continuar ao serviço do Leixões. A herança do risco assumido ontem no jogo com o Belenenses, falhando um penalty à Panenka no último minuto de descontos, tornou-se demasiado pesada, pelo que o jogador decidiu abandonar o clube por própria iniciativa. Pelo menos foi essa a garantia deixada em conferência de imprensa.
O Leixões chamou os jornalistas e, através dos três capitães (Bruno China, Nuno Silva e Joel) mais o treinador (António Pinto), comunicou a decisão do companheiro. «O Jaime achou que não tinha condições para continuar. O grupo decidiu demovê-lo, mas não conseguiu», garantiu Bruno China. «Foi uma tomada de posição apenas do Jaime».
«Devido ao clima que se gerou no estádio, e que se pôde perceber, ele considerou que a permanência iria ser prejudicial para ele e para o grupo de trabalho. Não queremos crucificar o Jaime e por isso é que o tentamos demover. Um penalty qualquer um pode falhar e se calhar se tivesse marcado em força tinha falhado também», acrescentou.
«Ele sentiu que os sócios lhe iam cair em cima»
Nuno Silva, outro capitão, acrescentou que «se calhar não tinha mesmo condições para ficar». Segundo o Leixões, os três capitães estiveram fechados com Jaime na sapataria do estádio a conversar no final do jogo. «Dissemos-lhe que o íamos proteger, mas sentiu que os sócios iam cair-lhe em cima sempre que entrasse para jogar ou para treinar».
O segundo capitão revelou ainda que o jogador já não foi esta terça-feira ao Estádio do Mar. «Decidiu ficar em casa», disse. «Está a pensar e a SAD está a pensar também na melhor saída possível». Já Joel, o último capitão, garantiu que «se ele quisesse voltar amanhã seria recebido por todo o grupo de trabalho de braços abertos».
António Pinto: «Ele percebeu que fez uma grande asneira»
O treinador do Leixões, António Pinto, também marcou presença na conferência de imprensa. Deu a palavra primeiro a Bruno China, depois falou também ele. «O Jaime quando viu a forma como falhou a grande penalidade deitou as mãos à cabeça. O que vi foi que ele percebeu que tinha feito uma grande asneira», disse o treinador.
«No final do jogo falei com ele rapidamente. Não tive tempo de tentar demovê-lo, mas os capitães fizeram isso e não foi possível. Ele achou que os sócios iam virar-se contra a equipa por causa dele e não era isso que queria». António Pinto que disse ainda que Jaime marcou o penalty porque «estava mais fresco e porque «lida bem com a pressão».
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