Jorge Jesus é o homem que se segue?

Jorge Jesus não vai cumprir o contrato com o Belenenses até 2010, pois será técnico do Braga na próxima época. O JOGO sabe que o treinador vai suceder a Manuel Machado, mas deverá manter-se no Restelo até final da presente época. Aliás, o presidente bracarense António Salvador e Carlos Freitas estiveram ontem em Lisboa para selar o acordo com o técnico que, como revelara O JOGO a 12 de Março, era a prioridade da SAD. Refira-se que, na renovação assinada entre Jesus e o falecido presidente Cabral Ferreira, o Belenenses apenas teria direito a ser compensado pela sua saída (em 400 mil euros) caso o técnico fosse para o estrangeiro.

Ontem, Fernando Sequeira, presidente belenense, chamou Jorge Jesus e pediu-lhe explicações quanto às suas declarações no fim do jogo contra o Setúbal, nas quais o técnico criticou a nova gestão, dizendo que gerir um clube não era o mesmo que gerir uma empresa. E uma hora de reunião chegou para que ficasse claro que, apesar de tudo, a Direcção pretendia segurar o técnico.

Jorge Jesus saiu do encontro de semblante carregado e sem comentários. Já Fernando Sequeira respondeu ao técnico sobre a questão da gestão. "Gerir um clube é como gerir uma empresa, pois, quando se gere com outro tipo de ideias, acontece como no Boavista", disse. O dirigente explicou que, talvez "face a algum entusiasmo [pela vitória frente ao Setúbal], as pessoas expressam coisas que deviam tratar internamente" e mandou um recado indirecto a Jorge Jesus. "A gestão do clube é feita por mim. O Jorge Jesus é treinador e tem de treinar a equipa de futebol." E acrescentou: "Quando as pessoas estão em cima, têm tendência para se manifestar de uma maneira, quando estão em baixo manifestam-se de outra. Se tivesse havido uma derrota, talvez a conversa fosse diferente."

Sequeira garantiu que tudo ficou sanado e a SAD não deverá mover nenhum processo a Jorge Jesus, pretendendo dar por terminado este caso. Certo é que vai começar a busca de sucessores, estando Nelo Vingada, Carlos Azenha e Daúto Faquirá na linha da frente.