segunda-feira, junho 04, 2007

Jair Baylón, a história da grande promessa....


O negócio foi consumado há três semanas mas a actualidade mantém-se por força da história que faltava contar. Considerado um prodígio no futebol peruano Jair Baylón assinou um contrato com o Braga válido para as próximas cinco temporadas – à semelhança do ocorrido com Halleson, que, também com 18 anos, se vinculou por igual período. Beneficiando dos contactos que permitiram a contratação de Rodriguez, no Peru conhecido por "Mudo", na época passada, a SAD tinha Baylón referenciado, à semelhança de Manco, outro valor emergente no futebol local, mas isso de pouco valeria face à cobiça que o mercado começava a denotar pelo jovem avançado. Por isso, entre Abril e Maio esteve na Europa a mostrar o seu valor e nos juniores do Benfica e do Werder Bremen prestou provas, sem que ninguém tivesse assumido a responsabilidade da sua contratação. Perante tamanhas hesitações, o jogador acabou por ser oferecido ao Braga que, após ter tomado conhecimento das condições do negócio – ressalta aqui o facto de Jair Baylón nunca ter aceite assinar contrato de formação com o clube de origem, o Alianza de Lima –, percebeu que a transferência seria muito mais barata, cifrando-se em poucos milhares de euros, relativos aos direitos de formação. No imediato, o negócio fez-se e o jovem atleta vinculou-se até 2012. Para melhor se perceber a diferença de valores entre os dois jogadores, basta dizer que pelo simples facto de já ter assinado contrato profissional com o Alianza de Lima, Manco é negociável a partir dos três milhões de dólares, logo um valor proibitivo para a equipa portuguesa, mas que Boca Juniors, vários clubes brasileiros e mesmo espanhóis estão na disposição de investir para o ver nos seus plantéis profissionais.

Internacional sub-17 e sub-21 pelo Peru, Jair Baylón é um avançado muito móvel, que joga também fora da área e que revela um grande faro para o golo, sendo de realçar a facilidade com que chuta com os dois pés e mesmo de cabeça, sendo muito forte fisicamente (1,82 m e 78 kg). Quando Jorge Costa pediu à SAD um "Jardel", era em Baylón que estava a pensar. Resta saber se o jogador que acompanhará Rodriguez no início de Julho rumo a Braga vai conseguir fazer a diferença no ataque arsenalista, começando, finalmente, a subir a escadaria da fama que fez do pai, Júlio Baylón, um dos melhores futebolistas peruanos, com presença no Mundial'70, no México, e no futebol alemão, onde alinhou pelo Colónia. Os 66 golos que marcou em 2006 em todas as competições em que participou pelo popular clube de Lima fazem acreditar que Jair Baylón reúne condições para ser um digno sucessor do progenitor, que faleceu num trágico acidente de viação.


Habituado aos títulos




Passar do futebol juvenil para o sénior, ainda por cima num futebol e culturas diferentes implica, por vezes, no surgimento de inibições próprias de quem está ainda há procura de se adaptar. No essencial, diz quem conhece Jair Baylón, esse será o seu primeiro e grande adversário ainda que, para tal, conte com a ajuda preciosa de Rodriguez, o central peruano que vai completar um ano em Braga. No entanto, o palmarés do avançado já conta com um número assinalável de títulos o que o leva a afirmar, como pode ler-se no sítio Delgol.com que desde que chegou ao Alianza de Lima "nunca esteve um ano sem ganhar nada". Em Braga a realidade será diferente e o campeonato distinto, mas é com a Taça UEFA que o atleta já sonha. Depois de se vincular foram vários os clubes a perguntar pelas suas condições ao empresário.

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