O impensável aconteceu no balneário do CSKA Sófia, um dos mais proeminentes clube do futebol búlgaro. José Furtado, avançado português que já representou o F.C. Porto B, foi selvaticamente agredido pelos próprios colegas de equipa após um treino. O Maisfutebol chegou à conversa com o atleta e este relatou em detalhe tudo o que sucedeu.
«O treino de conjunto estava mesmo a acabar. Tinha a bola nos pés e o capitão de equipa, o Valentine Iliev, pediu-ma. Eu vi outro colega desmarcado e decidi passá-la a ele. A partir daí, foi a confusão total», relata ainda traumatizado com o sucedido. «O Iliev veio discutir comigo, aos berros, encostou-me a cabeça à cara e tentou-me acertar alguns socos. Defendi-me e o treino acabou». Mas o pior, segundo Furtado, estava para vir.
«Juntaram-se, só os jogadores búlgaros, à minha espera no balneário e quando eu entrei fecharam a porta. Vieram todos para cima de mim, com socos, pontapés, tudo. Não pude fazer nada. Encolhi-me e tentei defender-me o melhor possível». Apesar da barbárie, Furtado não teve ferimentos graves, ficando «apenas» com nódoas negras e o corpo dorido.
«Talvez se possa falar em racismo», desabafa Furtado
Após o relato cru das agressões, importava perceber o enquadramento do sucedido. Furtado ressalva que o treinador Stoycho Mladenov (ex-jogador e técnico do Belenenses) não estava presente e que os seus adjuntos foram constantemente desrespeitados. Depois, acrescenta que os outros estrangeiros do plantel já tinham passado por problemas, mas nunca tão graves.
«Não sei explicar o porquê de tudo isto. Sei é que os jogadores que não são búlgaros têm alguns problemas. Talvez se possa falar em racismo», desabafa o atleta português que, no dia seguinte às brutais agressões se apresentou para treinar. Como se nada tivesse passado.
«Fui treinar. Ninguém falou comigo, eu não falei com ninguém, mas fui. O meu contrato acaba agora e vou ter que aguentar, se a direcção não fizer nada. Depois, quero prosseguir a carreira noutro lado, num país diferente».
in Maisfutebol.com
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